segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

O que eu aprendi lendo o livro Audaz de Maurício Benvenutti


Reflexões sobre o Livro “Audaz” – Maurício Benvenutti

Como não ler o livro de um jovem empreendedor que saí de Vacaria-RS, faz sucesso no Brasil e agora atua no vale do silício?
Devorei o livro num final de semana, percebi que eu tinha um forte alinhamento com as ideias do autor. Deixei passar algumas semanas para digerir o que li e agora escrevo sobre como cada capítulo impacta a minha vida.

Democratização de tudo

O conhecimento do mundo esta a disposição na internet, basta desejar acessa-lo, nenhuma ideologia política ousou distribuir tanto poder as pessoas. A missão do Google é uma prova disso; “Organizar as informações do mundo”.
Eu consigo trabalhar em qualquer local, acesso meus conteúdos pessoais armazenados em servidores virtuais e utilizo ERP’s pagando por mês menos que uma pizza. Meus equipamentos de trabalho são celular, notebook e impressora, versões básicas que podem ser compradas no cartão de crédito em parcelas.
Li muitos livros ao longo do ano, opto pela versão impressa, pois tê-los é um hobby, mas isto não seria necessário, pois os resumos estão disponíveis na internet em vários formatos.
Manter-se atualizado ficou fácil e barato, não importando o pais onde moramos, classe social e outras questões.

A inquietude que nos une

Nunca estudei tanto, ao mesmo tempo, nunca senti que necessitasse estudar mais, necessito aprender coisas que eu não imaginava necessitar no ano passado.
Percebo que sozinho não vou longe, busco parceiros que compartilhem propósitos, assim, os desafios exponenciais poderão ser enfrentados por uma tropa motivada por compromisso e paixão.
A invocação mais importante é a minha própria, preciso ser outro profissional a cada dia, mais sábio, mais humano e principalmente mais efetivo na percepção de quem importa, o mercado.
Minha trajetória profissional gera inquietude, os trabalhos em que sou remunerado hoje estão baseados em conhecimentos que adquiri nos últimos anos. Para que servem os conhecimento e experiências dos outros 35 anos de minha vida profissional?

O amanhã

As mudanças dos últimos anos, fim de um casamento, redução do padrão de vida, mudança de residência, de sócio, de portfólio de serviços, dentre outras coisas, me prepararam para ver o amanhã com menos temor.
Aprendi que os tempos atuais demandam o conceito da adhocracia, em contraponto aos conceitos da burocracia e meritocracia. A adhocracia prega a ação para ser efetivo no volátil e desafiador mundo atual.
Considerando o exposto, não temo novas mudanças, a inteligência artificial ou outras tecnologias, sinto estar preparado para ligar com elas, afinal, fui um nerd no inicio da minha vida profissional, posso resgatar estas experiências caso necessário.
David McClelland, o autor da “Teoria das Necessidades Adquiridas”, explica como poderemos ter sucesso neste amanhã. Resumidamente, não esta relacionado a inteligência ou conhecimento, mas com nossas atitudes.

Causar impacto

Desde que li “Qual é a tua obra?” de Mario Sérgio Cortella o propósito passou a fazer parte das minhas reflexões. De pequenas a grandes ações avalio se então alinhadas com ao que defini para mim. Da alimentação equilibrada aos projetos que realizado, clientes onde presto serviços.
Atuo em consultoria há quinze anos e somente agora percebi ser mais efetivo em cliente de pequeno porte. Durante algum tempo achei que estava relacionado à minha competência, hoje entendo que esta associado ao alinhamento de propósitos. Os resultados ocorrem de maneira mais efetiva quando há relacionamento direto com um empresário, fundador e apaixonado pelo negócio.
Na grande empresa eu sou um consultor realizando uma dentre muitas atividades, na empresa pequena eu levo novos conhecimentos, que em muitos casos transforma a empresa. A efetividade esta associada à proximidade com o cliente, a capacidade de alterar a cultura corporativa e um genuíno desejo de ajudar.
Percebi o impacto que causo em pequenas empresas, que desejam atualiza-se, conhecer novas práticas e defini que colocarei a maior energia possível para atender este segmento.

Olhar a próxima curva

As curvas apresentadas por Maurício Benvenitti são: horizonte 1 – Pagar as Contas, horizonte 2 Construir as próximas soluções e horizonte 3 – Imaginar o futuro.
Costumo perguntar aos clientes se as praticas de gestão que trouxeram suas empresas até aqui são as mesmas que as levarão para as próximas fases. 90% deles diz que as praticas precisam evoluir.
A pesar de reconhecerem a necessidade da mudança, a maioria não age enquanto não houver uma dor extrema. Somente uma perda significativa de mercado e resultados estimula o empresário a mudar, é o ditado “não se mexe em time que esta ganhando” sendo praticado.
 Aprendi recentemente que resistir a mudança tem haver com o funcionamento do cérebro, este funciona melhor com padrões armazenados, é uma forma de economizar energia do órgão que consome a maior energia do corpo.
Particularmente, a maioria das minhas mudanças foram causadas pela dor. Infelizmente.

Questionar em vez de ter a resposta pronta

Venho praticando isto cada vez melhor, os resultados alcançados em projetos que utilizo técnicas de facilitação, que  capturam o conhecimento do cliente são superiores quando comparados ao período em que eu aplicava os meus “trocentos” anos de experiência profissional.
Tenho a minha versão da frase do autor: Um consultor experiente tem a pergunta certa em vez da resposta pronta.
Por traz deste modo de agir é necessário humildade, reconhecer a sabedoria nos outros e sempre estar preparado para aprender.

Fazer com as pessoas em vez de para elas

Deste que conheci o conceito proposto por Alexander Osterwalder venho estudando as praticas ágeis, que privilegiam a visão do todo para alinhar o entendimento e o design thinking estimular engajamento, realizo a maior parte das atividades dos projetos em equipe.
Peter Druker, um dos pais da administração e consultor consagrado dizia que o cliente é o maior especialista da empresa. Quem sou eu para discordar?
Considerando isto, o consultor aporta um benchmark de métodos e praticas, o cliente aporta sua experiência na empresa e juntos encontram a melhor solução.
Ser diverso
Neste capitulo eu aprendi sobre a importância da diversidade, sua importância nos dia de hoje.
Nas décadas de 1960 e 1980 a rota 128, na região de Boston, costa leste dos EUA, abrigava grandes empresas de tecnologia e universidades de ponta como Harvard, MIT e Yale, era nesta região que a inovação acontecia.
Mas a rota 128 foi superada pelo vale do silício, na região de São Francisco, costa oeste dos EUA, que atualmente abriga as mais bem sucedidas empresas de tecnologia e é o polo novo polo de inovação mundial..
A diferença entre os dois ecossistemas esta na cultura, em Boston, estavam empresas consagradas, famílias respeitadas que educam seus filhos para um mercado com aversão a riscos. No “vale” estavam os “forasteiros”, jovens vindos de todas as partes do mundo, sem famílias, sem um nome a zelar, com maior propensão ao risco.
O ambiente do vale é diverso, propício à associação e consequentemente a inovação, a diversidade é um combustível importante para criar novos negócios.

Mortais com você e eu

Neste capítulo foram apresentados casos inspiradores de empreendedores de sucesso, cada um de nós tem suas preferências. As lições aprendidas neste capitulo estão no próprio titulo, que nos lembra, que coisas especiais são feitas por pessoas normais, comuns como nós.

 Audazes e desobedientes

No filme Jogos Vorazes existe a equipe da “audácia”, esta é composta pelos jovens mais destemidos, que protegem a sociedade, mas também a levam para melhores condições estruturais.
Ser audaz não é não ter medo, é saber lidar com os medos, não ser paralisado por ele. Ser audaz é importante num mundo de transformações, onde não há espaço para zonas de conforto.
Se desobediente para mim é mudar paradigmas, quebrar o statu quo, é acreditar que o mundo demanda pessoas melhores, mais competentes e ao mesmo tempo mais realizadas  com o que fazem.
Acredito que isto é possível quando alinhamos propósitos pessoais e profissionais com as atividades que realizamos no diariamente.

4 comentários:

  1. Rogério parabéns pela postagem! Como sempre seu texto e sua didática são excelentes!
    Abraços Robson Leite

    ResponderExcluir
  2. Rogério, excelente resumo! Prova que você é um consultor-guerreiro. Sucesso!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Como o autor eu acredito que boa parte do nosso aprendizado vem pelo compartilhamento de experiências com as pessoas que conhecemos. O ex-GETI é um exemplo disso.

      Excluir