quinta-feira, 15 de outubro de 2020

O que a série Oktoberfest do Netflix ensina sobre empreender

 


Empreender requer comportamentos que iniciam com uma visão de oportunidades, trabalho duro, controle, aprendizado e o desenvolvimento de alianças. A complementaridade dos parceiros é fundamental, especialmente nos dias atuais.

O festival de cerveja originado em Munique foi criado pelo rei bávaro Luís I em 1810 para celebrar o seu casamento, passou a fazer parte das comemorações culturais da cidade e posteriormente se estendeu por vários lugares do mundo. A Oktoberfest também é realizada no Brasil, a mais importante fica em Blumenau.

A trama na séria inicia com a chegada de um “novo entrante”, Curt Prank, que decide montar a maior barraca para clientes até então construída. O personagem da historia existiu, foi Georg Lang, reconhecido como o empreendedor que transformou o festival no grande evento que conhecemos atualmente.

Diversos conceitos da Administração estão presentes nos seis capítulos da série, destacarei dois que mais chamaram a minha atenção: Ambiente competitivo e proposta de valor.

O Ambiente Competitivo tem limitações impostas pelo tamanho do mercado consumidor de Munique, da atuação do Cartel de cervejeiros, que definiu um limite de sete participantes autorizados para participarem do festival.

Na perspectiva de concorrentes diretos há certa camaradagem entre os competidores, estes trabalham pela manutenção do status quo, o mercado é o suficiente para distribuírem seus produtos, sozinhos nenhum conseguiriam abastecê-lo. Juntos melhoram a divulgação, a imagem da Oktoberfest e da cidade de Munique.

Para os novos entrantes existem as barreiras dos altos investimentos, disputa pelo espaço físico no festival, exigências técnicas do cartel, dentre outras falcatruas. Entretanto, Curt Prank é um empreendedor é obstinado e não desistirá, adotando práticas licitas e ilícitas para entrar neste mercado.

As forças dos fornecedores estão presentes no abastecimento das cervejas autorizadas, na atuação das garçonetes que se rebelam por maiores ganhos, na figura do Estado que troca benesses a Prank por apoio financeiro. Soluções e novos desafios são uma constância no relacionamento com os fornecedores do festival.

O poder de barganha dos consumidores é alto, pois tem ao seu dispor tavernas com cerveja de qualidade, musicas, entretenimentos exóticos, serviços lícitos e ilícitos para reter o cliente no estabelecimento o maior tempo possível, focando o consumo dos produtos.

A Proposta de Valor atende requisitos funcionais de qualidade do produto, disponibilidade de volumes, logística de atendimento em salões amplos e equipe atenta para que o cliente consuma o máximo possível.

Na perspectiva de requisitos sociais, os cervejeiros atraem o publico apresentando as credenciais de produtores tradicionais. Estimulam regionalismo, nacionalismo, enaltecem as tradições da Bavária e da Alemanha.  

Os requisitos emocionais e sensoriais estão presentes através de novidades e exotismo, como um cinema e atividades circenses, que conta com apresentação de diversos artistas. Destaque para a sensacionalista apresentação de povos de culturas distantes designados como canibais.

A Proposta de Valor do festival vai além de embebedar os consumidores, resgata as tradições culturais da Bavária, aumenta o senso de pertencimento dos locais, ajuda a reduzir a dor e miséria em que vive boa parte da população.

Poderíamos discutir também as atividades chave, recursos, fontes de receitas, tipos de relacionamento com clientes, estratégias de diferenciação dos cervejeiros, mas o propósito da série é entreter o telespectador.

Recomendo que assistam a série, especialmente aqueles que gostam de cerveja.

Saudações


sexta-feira, 8 de maio de 2020

Cutty Sark, foi uma das ferramentas da plataforma de negócios do século XIX


O Cutty Sark foi lançado ao mar em 23 de novembro de 1869, construído em Dumbarton na Escócia pelo estaleiro  Scott & Linton. Deve o seu nome à indumentária da personagem "Nannie", uma bruxa dançarina, do poema "Tam o'Shanter", de Robert Burns, publicado em 1791. (Wikipedia)

A embarcação representava a melhor tecnologia da época para realização de um propósito, transportar chá entre a China e a Grã-Bretanha e nas mãos de empreendedores gerou riquezas e progresso.

Proponho que pensamentos imperialistas ou de ganância sejam deixados de lado para nos focarmos no comportamento dos envolvidos com o empreendimento.

Iniciemos pela construção do Clipper, nome dado a esta classe de veleiros. Eram construídos com estrutura em ferro e cobertos com pranchas de madeira, isto os tornava robustos, ágeis e velozes.  Podemos imaginar quanto conhecimento era necessário para construí-los.

Como deveria ser a tripulação de um Clipper?
A tripulação era provavelmente liderada por um experiente capitão, auxiliado por jovens oficiais em busca de reconhecimento, alguns marujos experientes, outros motivados pela aventura e talvez alguns especialistas. O engajamento da equipe era vital e podia determinar a sobrevivência diante dos desafios da jornada.

Uma “ferramenta” especial na mão de operadores habilidosos bastava?
Provavelmente não! Um Clipper e sua tripulação não resolveriam questões do ambiente de negócios, estas demandavam competências adicionais para transformar o empreendimento num sucesso e isto ia além das competências navais.

Quais eram estas competências não navais?
  • ·    Busca de oportunidade e iniciativa de mercadores desejosos por expandirem seus negócios e oportunidades dos novos mercados.
  • ·    Persistência para manter o comércio ativo, superando obstáculos, avaliando rotas alternativas para atingir os objetivos.
  • ·    Correr riscos calculados, operando uma frota de Clipper’s, alguns se perderiam, mas a maioria alcançaria o sucesso e remuneraria o capital investido.
  • ·    Eficiência e qualidade da ferramenta e equipe geravam o resultado, chá de qualidade vindo do oriente, disponível no prazo adequado.
  • ·    Comprometimento, os empreendedores puxam para si as responsabilidades e formam equipes para atingir os resultados.
  • ·    Busca de informações do mercado, fornecedores, custos, preços, novos produtos e serviços para superar o status quo.
  • ·    Estabelecimento de metas para uma visão de longo prazo, com objetivos pessoais e de equipe, desafiadores e mensuráveis.
  • ·    Atuação de forma sistêmica, de forma que as tarefas estejam conectadas a estratégia definida para o empreendimento.
  • ·    Parcerias e capacidade de persuasão. Trabalhavam por relacionamentos de longo prazo onde todos envolvidos ganhavam.
  • ·    Ser autoconfiante e otimista, cientes de que quando dedicamos o nosso melhor alcançamos os objetivos desejados.

O que um empreendimento do século XIX podem ensinar em 2020?

Na minha opinião ensina que ferramentas tecnológicas, conhecimentos e habilidades técnicas são importantes, mas não são tudo que necessitamos para alcançar o sucesso em empreendimentos. Talvez, o mais importante sejam os comportamentos certos, estes orientam a busca por conhecimentos, habilidades e tecnologias para realizarmos o empreendimento.

Esta é a minha opinião, 

tenho interesse em conhecer a sua.

Saudações. 

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Aprendizados acelerados pela covid 19



Aprendizados acelerados pela covid 19


O covid 19 nos fez agir.

Antes dela achávamos que tecnologias ou formas de trabalho remoto não se aplicavam à nós, pequenos negócios não consideravam outros canais de venda e entrega de serviços.

Da noite para o dia tudo mudou e colocamos em prática as ideias que estavam engavetadas, despertamos o empreendedor adormecido dentro de nós.

Empreendedor não um cara tão especial assim, ele é principalmente alguém que reage a uma oportunidade ou neste caso uma ameaça. Há outras características importantes  num empreendedor (recomendo ler David McClelland), mas a mais importante é a ação.

Startup parecia coisa de moderninhos, distante no nosso dia a dia, mas oportunidade nos fez agir  como uma startup.

Vejam definições de startups: “Organização social concebida para operar num ambiente de incertezas.” “Fazem uso intensivo de tecnologias com objetivo de reduzir custos e escalar.” “Operam com modelos de negócios diferentes de empresas tradicionais.”

Identificaram-se com algumas das citações acima?

Pois é, cada um de nós pode ser empreendedor ou operar como uma startup, em outras palavras, fazer conforme os novos tempos exigem.

Bom seria se agíssemos por uma visão de oportunidade e não por uma crise sanitária.

Saudações

segunda-feira, 30 de março de 2020

Seu negócio pratica o “FREEMIUM”?




O termo foi criado por Fred Wilson em 2006 e descreve negócios que disponibilizam serviços FREE, sem custos numa versão básica e tem por objetivo atrair clientes para os serviços PREMIUM que são pagos.

Negócios digitais utilizam o modelo de negócio FREEMIUM, para armazenamento temos o Google Drive, o Dropbox, para vídeo conferência o Skype, Google Hangout, Zoom, Appear, dentre uma infinidade de outros serviços que utilizamos atualmente.

Isto é novidade? Só existe no mundo digital?

O conceito não é novo, existe em negócios não digitais e faz parte das nossas vidas mesmo antes do termo ter sido cunhado.

O sapateiro que realizou pequenos consertos e não cobrou ou nosso mecânico de confiança, diversos prestadores de serviços fazem estes “favores”. O FREEMIUM também esta presente com produtos, quando o feirante doa frutas na hora da xepa ou na loja de parafusos fornece amostras e em varias outras situações que experimentamos.

Por trás da prática esta a demonstração de capacidade para atender, diferenciação, fidelização, dentre outras formas de gerar referências positivas para quando o cliente decidir adquirir nossos serviços e produtos.

Na minha área de atuação, Consultoria e Planejamento, o FREE ocorre na forma de diagnósticos e dicas de boas práticas, estas podem ser fornecidas pessoalmente ou não. O mais indicado é que sejam disponibilizadas com baixos custos, de forma digital através de artigos e vídeos postados no site da empresa e mídias digitais.

O PREMIUM ocorre quando sou contratado para fornecer a minha melhor versão de produtos e serviços.

Esta é a minha forma de atuar, mas tenho interesse em conhecer outras, compartilhe a sua forma de atuar.

Saudações

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Falta de tempo ou dinheiro?



Falta de tempo ou dinheiro, estas são as principais justificativas para não mudarmos


Será mesmo? Eu acredito que não.

Nosso cérebro é programado para seguir padrões, fazendo sempre da mesma forma nosso corpo consome menos energia. É a nossa natureza, podemos perceber as repetições nas preferências por restaurantes, destinos de viagens, vestuário e muitas outras coisas.

Num mundo com mudanças constantes, resistir ao novo é desperdiçar oportunidades que as evoluções tecnológicas e sociais oferecem. Devemos nos empenhar para adotar novas formas de realizar as coisas, aceitar a mudança, perceber que novos conhecimentos e experiências nos tonam melhores.

Como eu faço para mudar e enfrentar o novo?

Ler é uma oportunidade de acessar o conhecimento de alguém que admiramos, é conhecer a “resposta certa” para o problema sem o ônus das pesquisas e das coisas que deram errado durante o estudo do autor.

Interagir com pessoas de diferentes origens e profissões, conversar com colegas de profissão é conhecer apenas uma perspectiva, pois o grupo tem perfil similar. Aprendo através da diversidade de perfis com quem interajo.

Utilizar e fazer coisas diferentes. Utilizo equipamentos de fabricantes diferentes, troco de aplicativos periodicamente, mudo hobbies, trajetos, meios de locomoção, estas ações não permitem que eu haja no automático, requer empenho que espanta a preguiça. 

Ultimamente tenho realizado atividades de manutenção da minha casa e percebi que sou capaz de realizar muitos dos serviços que no passado contratei. Os benefícios vão além do financeiro, estão relacionados à superação, percebo que minhas habilidades evoluem, as tarefas ficam mais fáceis. 

Aprender a realizar novas atividades, operacionais ou intelectuais, gera um circulo virtuoso para o meu desenvolvimento, composto das seguintes fases: 

  • Esforço para aprender e realizar
  • Satisfação e comemoração pelo resultado alcançado
  • Proposta de desafios maiores


Concluí que as mudanças não estão associadas há ter mais tempo ou dinheiro, mas sim as minhas atitudes frente aos desafios apresentados. 

Praticar é o caminho para que a mudança seja cada vez mais natural em minha vida.

E você, como lida com as mudanças?

Saudações.

quarta-feira, 17 de julho de 2019

O trabalho e a felicidade



Meus avôs diziam para dar duro até determinada idade para depois não ter mais que trabalhar, assim, eu associava o trabalho a coisas que não gostávamos de fazer, mas precisavam ser feitas para sobreviver.

Não tenho planos para “pendurar as chuteiras”, vejo o trabalho como um dos prazeres da vida, realizando atividades remuneradas e não remuneradas, onde eu sempre “recebo” o prazer das realizações.

Antes de compartilhar esta reflexão tive receio das criticas, amigos dizendo que eu não conheço os prazeres do ócio, uma pescaria no Pantanal, uma viagem para um lugar especial, dedicar mais tempo para a família ou não fazer nada mesmo.

Podemos fazer muitas coisas que nos deixarão felizes como laser, entretanto, acredito que podemos (talvez devamos) concilia-las com algo que exija maior compromisso e empenho, afinal, uma vida de aprendizado requer desafios e superação para evoluirmos.

Será que o jovem mochileiro que adorava viajar amadureceu e perdeu a criatividade para o laser?

Acredito que não, a maturidade deve ter permitido outra forma de olhar para o trabalho. Hoje eu percebo os benefícios do que entrego e isto é uma das melhores formas de felicidade para mim.

Esta é a minha forma de pensar, mas tenho interesse em conhecer a sua opinião sobre o trabalho e a felicidade.

Saudações