sexta-feira, 8 de maio de 2020

Cutty Sark, foi uma das ferramentas da plataforma de negócios do século XIX


O Cutty Sark foi lançado ao mar em 23 de novembro de 1869, construído em Dumbarton na Escócia pelo estaleiro  Scott & Linton. Deve o seu nome à indumentária da personagem "Nannie", uma bruxa dançarina, do poema "Tam o'Shanter", de Robert Burns, publicado em 1791. (Wikipedia)

A embarcação representava a melhor tecnologia da época para realização de um propósito, transportar chá entre a China e a Grã-Bretanha e nas mãos de empreendedores gerou riquezas e progresso.

Proponho que pensamentos imperialistas ou de ganância sejam deixados de lado para nos focarmos no comportamento dos envolvidos com o empreendimento.

Iniciemos pela construção do Clipper, nome dado a esta classe de veleiros. Eram construídos com estrutura em ferro e cobertos com pranchas de madeira, isto os tornava robustos, ágeis e velozes.  Podemos imaginar quanto conhecimento era necessário para construí-los.

Como deveria ser a tripulação de um Clipper?
A tripulação era provavelmente liderada por um experiente capitão, auxiliado por jovens oficiais em busca de reconhecimento, alguns marujos experientes, outros motivados pela aventura e talvez alguns especialistas. O engajamento da equipe era vital e podia determinar a sobrevivência diante dos desafios da jornada.

Uma “ferramenta” especial na mão de operadores habilidosos bastava?
Provavelmente não! Um Clipper e sua tripulação não resolveriam questões do ambiente de negócios, estas demandavam competências adicionais para transformar o empreendimento num sucesso e isto ia além das competências navais.

Quais eram estas competências não navais?
  • ·    Busca de oportunidade e iniciativa de mercadores desejosos por expandirem seus negócios e oportunidades dos novos mercados.
  • ·    Persistência para manter o comércio ativo, superando obstáculos, avaliando rotas alternativas para atingir os objetivos.
  • ·    Correr riscos calculados, operando uma frota de Clipper’s, alguns se perderiam, mas a maioria alcançaria o sucesso e remuneraria o capital investido.
  • ·    Eficiência e qualidade da ferramenta e equipe geravam o resultado, chá de qualidade vindo do oriente, disponível no prazo adequado.
  • ·    Comprometimento, os empreendedores puxam para si as responsabilidades e formam equipes para atingir os resultados.
  • ·    Busca de informações do mercado, fornecedores, custos, preços, novos produtos e serviços para superar o status quo.
  • ·    Estabelecimento de metas para uma visão de longo prazo, com objetivos pessoais e de equipe, desafiadores e mensuráveis.
  • ·    Atuação de forma sistêmica, de forma que as tarefas estejam conectadas a estratégia definida para o empreendimento.
  • ·    Parcerias e capacidade de persuasão. Trabalhavam por relacionamentos de longo prazo onde todos envolvidos ganhavam.
  • ·    Ser autoconfiante e otimista, cientes de que quando dedicamos o nosso melhor alcançamos os objetivos desejados.

O que um empreendimento do século XIX podem ensinar em 2020?

Na minha opinião ensina que ferramentas tecnológicas, conhecimentos e habilidades técnicas são importantes, mas não são tudo que necessitamos para alcançar o sucesso em empreendimentos. Talvez, o mais importante sejam os comportamentos certos, estes orientam a busca por conhecimentos, habilidades e tecnologias para realizarmos o empreendimento.

Esta é a minha opinião, 

tenho interesse em conhecer a sua.

Saudações. 

6 comentários:

  1. Com certeza Rogério, 2020 vai trazer para a história o olhar humanista, empreendedores são pessoas que atende necessidades de pessoas, técnicas e tecnologias são bem vindas mas com o olhar de servir à estas pessoas. Parabéns pela reflexão.

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    1. Uma forma humanista de pensar é muito interessante, "é pelo bem das pessoas". Agradeço o comentário.

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    1. Aprendi que contando uma historia pessoas diferentes conseguem mais facilmente se conectar com a ideia que esta sendo apresentada.

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  3. Caríssimo Rogério,

    Compartilho sua linha de raciocínio sempre brilhante e gostaria de acrescentar um componente.

    "... os comportamentos certos, estes orientam a busca por conhecimentos, habilidades e tecnologias ..."

    Talvez os "comportamentos certos" sejam decorrência natural das metas explicita ou implicitamente estabelecidas, que por si só, agregaram o cabedal necessário a sua consecução, o que podemos denominar empreendimento.

    No caso apresentado, a meta implícita era gerar riquezas e progresso através do transporte e comercialização de chá.

    Para corroborar a fundamentalidade da meta, utilizemos um objetivo explicito; a ida do homem à lua.

    Esta meta teve como origem a imposição de um desafio presidencial em 1962 e gerou "comportamentos certos" em toda uma nação, resultando em realizações de vanguarda nos campos da tecnologia espacial, computacional, química, gestão, comunicação, transmissão, logística dentre muitos outros, culminando com a primeira alunissagem em 1969, com reflexos que perduram até o presente.

    Assim, a meu ver, a meta estimula a motivação, que gera os comportamentos certos, que levam ao empreendimento, que realiza feitos incríveis, que elevam a condição geral da humanidade.

    Na esperança de haver contribuído para aquecer o debate, agradeço a oportunidade de opinar.

    Saudades!

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    1. Seus comentários foram muito interessantes.
      Se eu tivesse escolhido a corrida à Lua invés da rota do Chá o texto seria melhor compreendido.
      Agradeço o comentário.

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