O Cutty Sark foi lançado ao mar em 23 de novembro de 1869, construído
em Dumbarton na Escócia pelo estaleiro Scott & Linton. Deve o seu nome à
indumentária da personagem "Nannie", uma bruxa dançarina, do poema
"Tam o'Shanter", de Robert Burns, publicado em 1791. (Wikipedia)
A embarcação representava a melhor tecnologia da época para
realização de um propósito, transportar chá entre a China e a Grã-Bretanha e
nas mãos de empreendedores gerou riquezas e progresso.
Proponho que pensamentos imperialistas ou de ganância sejam
deixados de lado para nos focarmos no comportamento dos envolvidos com o
empreendimento.
Iniciemos pela construção do Clipper, nome dado a esta
classe de veleiros. Eram construídos com estrutura em ferro e cobertos com
pranchas de madeira, isto os tornava robustos, ágeis e velozes. Podemos imaginar quanto conhecimento era
necessário para construí-los.
Como deveria
ser a tripulação de um Clipper?
A tripulação era provavelmente liderada por um experiente capitão,
auxiliado por jovens oficiais em busca de reconhecimento, alguns marujos experientes,
outros motivados pela aventura e talvez alguns especialistas. O engajamento da equipe era vital e podia determinar a sobrevivência diante dos desafios da
jornada.
Uma “ferramenta”
especial na mão de operadores habilidosos bastava?
Provavelmente não! Um Clipper e sua tripulação não
resolveriam questões do ambiente de negócios, estas demandavam competências adicionais
para transformar o empreendimento num sucesso e isto ia além das competências navais.
Quais eram estas competências não navais?
- · Busca de oportunidade e iniciativa de mercadores desejosos por expandirem seus negócios e oportunidades dos novos mercados.
- · Persistência para manter o comércio ativo, superando obstáculos, avaliando rotas alternativas para atingir os objetivos.
- · Correr riscos calculados, operando uma frota de Clipper’s, alguns se perderiam, mas a maioria alcançaria o sucesso e remuneraria o capital investido.
- · Eficiência e qualidade da ferramenta e equipe geravam o resultado, chá de qualidade vindo do oriente, disponível no prazo adequado.
- · Comprometimento, os empreendedores puxam para si as responsabilidades e formam equipes para atingir os resultados.
- · Busca de informações do mercado, fornecedores, custos, preços, novos produtos e serviços para superar o status quo.
- · Estabelecimento de metas para uma visão de longo prazo, com objetivos pessoais e de equipe, desafiadores e mensuráveis.
- · Atuação de forma sistêmica, de forma que as tarefas estejam conectadas a estratégia definida para o empreendimento.
- · Parcerias e capacidade de persuasão. Trabalhavam por relacionamentos de longo prazo onde todos envolvidos ganhavam.
- · Ser autoconfiante e otimista, cientes de que quando dedicamos o nosso melhor alcançamos os objetivos desejados.
O que um empreendimento do século XIX podem ensinar em
2020?
Na minha opinião ensina que ferramentas tecnológicas, conhecimentos
e habilidades técnicas são importantes, mas não são tudo que necessitamos para
alcançar o sucesso em empreendimentos. Talvez, o mais importante sejam os comportamentos certos, estes orientam a busca por
conhecimentos, habilidades e tecnologias para realizarmos o empreendimento.
Esta é a minha opinião,
tenho interesse em conhecer a sua.
Saudações.