Durante algum tempo acreditei que o network era algo que eu
não precisava praticar. Meus relacionamentos familiares, escolares e profissionais
dariam conta das demandas de conhecimentos e recursos. Até achava exagero de
algumas pessoas colocarem energia para manter diversos círculos de
relacionamentos ativos.
A história mostra que as pessoas frequentam ambientes em
busca de conhecimentos e recursos. Maçonaria, Rotary, grupos de ex-alunos,
conselhos de profissões, associações, sindicatos, agremiações, etc., são
exemplos disto.
A evolução da comunicação para alem das cartas, o surgimento
do telegrafo, telefone e internet, ampliou possibilidade de acessar
conhecimentos e recursos distantes. Vivemos uma fase de abundancia com a
utilização das comunidades digitais, mesmo que em alguns casos façamos mal uso.
Diversidade, complementaridade e sinergia
O avanço das comunicações não eliminou os encontros
pessoais, estes também evoluíram, foram criados códigos de conduta para
disciplinar a interação e a efetividade do compartilhamento. O BNI (Business
Network International) é um exemplo que demonstra isto, fomentando o network
estruturado.
Particularmente, prefiro o estilo de network praticado nas
escolas de negócio, ambientes de encubação de negócios, coworking, etc. Percebo
a energia humana, provavelmente porque a maioria é jovem, com sonhos de
enriquecer e transformar o mundo.
Nestes locais, não há canapés, degustação de bebidas e
charutos, questões filosóficas e políticas tem baixa atenção. O network
praticado nestes locais é chamado de “network da ação”, em outras palavras,
“nos relacionamos fazendo algo juntos”.
A primeira vez que escutei o termo foi no Startup Weekend,
que é uma maratona de empreendedorismo realizada em várias partes do
mundo. Eu não sabia onde eu estava me
metendo, mas gostei de vivenciar aquilo. Em alguns momentos lamentei não ter a
idade certa para aproveitar integralmente a oportunidade.
Não há nada mais efetivo que um projeto para unir
conhecimento, recursos e corações. Nestes eventos nos associamos com pessoas
que compartilham os mesmos propósitos profissionais, conhecidos e amigos não
tem prioridade na associação.
Tempo é nosso bem mais valioso
Alguns amigos dizem que eu falo de trabalho o tempo todo,
mesmo que eu diga que estou falando de paixões e hobbies. Decidi que viverei
para trabalhar naquilo que vale a pena viver ou vice versa. Como dizem por aí;
“Eu tenho mais passado do que futuro.” Então, eu quero aproveitar o meu futuro
para fazer aquilo que faz sentido.
Como o tempo é valioso e sozinho não vamos tão rápido,
encontrar pessoas com os mesmos propósitos são a maneira mais efetiva de
prosperidade e felicidade.
Vamos pegar o exemplo do moto clube que participei para
esclarecer. A maioria dos integrantes reuni semanalmente num bar para falar de
experiências em duas rodas e amenidades. Mais amenidades que experiências. Um
grupo menor participa do passeio de bate e volta no final de semana e somente
uma minoria participa das expedições.
As expedições ou longas viagens são os projetos do moto
clube, onde os conhecimentos, recursos e corações se unirão. Os desafios impostos
pela jornada lapida o grupo, os motociclistas que participam da expedição são
transformados para sempre.
Transporte o raciocínio da expedição de motociclistas para o
mundo dos negócios, a importância de relacionamento interpessoal, experiência,
resiliência e principalmente do propósito a ser alcançado. Nada une mais que um
propósito.
Finalização e questionamento
Temos orgulho de
participar de comunidades presenciais, ter milhares de contatos nas redes
sociais, utilizar o patch do moto clube na jaqueta de motociclista,
buttons na lapela do paletó e outras
demonstrações de pertencimento.
Quais destas comunidades estão efetivamente contribuindo
para o nosso desenvolvimento?
No meu caso pessoal, a família esta cumprindo o
seu papel quanto a conhecimentos, recursos e alinhamento de propósitos. Em
outras comunidades que participo, entendo que preciso ser mais efetivo,
avaliando os conhecimento