Reflexões sobre o Livro “Audaz” – Maurício Benvenutti
Como não ler o livro de um jovem empreendedor que saí de
Vacaria-RS, faz sucesso no Brasil e agora atua no vale do silício?
Devorei o livro num final de semana, percebi que eu tinha um
forte alinhamento com as ideias do autor. Deixei passar algumas semanas para
digerir o que li e agora escrevo sobre como cada capítulo impacta a minha vida.
Democratização de
tudo
O conhecimento do mundo esta a disposição na internet, basta
desejar acessa-lo, nenhuma ideologia política ousou distribuir tanto poder as
pessoas. A missão do Google é uma prova disso; “Organizar as informações do
mundo”.
Eu consigo trabalhar em qualquer local, acesso meus
conteúdos pessoais armazenados em servidores virtuais e utilizo ERP’s pagando
por mês menos que uma pizza. Meus equipamentos de trabalho são celular,
notebook e impressora, versões básicas que podem ser compradas no cartão de
crédito em parcelas.
Li muitos livros ao longo do ano, opto pela versão impressa,
pois tê-los é um hobby, mas isto não seria necessário, pois os resumos estão
disponíveis na internet em vários formatos.
Manter-se atualizado ficou fácil e barato, não importando o
pais onde moramos, classe social e outras questões.
A inquietude que nos
une
Nunca estudei tanto, ao mesmo tempo, nunca senti que
necessitasse estudar mais, necessito aprender coisas que eu não imaginava
necessitar no ano passado.
Percebo que sozinho não vou longe, busco parceiros que compartilhem
propósitos, assim, os desafios exponenciais poderão ser enfrentados por uma tropa
motivada por compromisso e paixão.
A invocação mais importante é a minha própria, preciso ser
outro profissional a cada dia, mais sábio, mais humano e principalmente mais efetivo
na percepção de quem importa, o mercado.
Minha trajetória profissional gera inquietude, os trabalhos em
que sou remunerado hoje estão baseados em conhecimentos que adquiri nos últimos
anos. Para que servem os conhecimento e experiências dos outros 35 anos de
minha vida profissional?
O amanhã
As mudanças dos últimos anos, fim de um casamento, redução
do padrão de vida, mudança de residência, de sócio, de portfólio de serviços,
dentre outras coisas, me prepararam para ver o amanhã com menos temor.
Aprendi que os tempos atuais demandam o conceito da
adhocracia, em contraponto aos conceitos da burocracia e meritocracia. A
adhocracia prega a ação para ser efetivo no volátil e desafiador mundo atual.
Considerando o exposto, não temo novas mudanças, a
inteligência artificial ou outras tecnologias, sinto estar preparado para ligar
com elas, afinal, fui um nerd no inicio da minha vida profissional, posso
resgatar estas experiências caso necessário.
David McClelland, o autor da “Teoria das Necessidades
Adquiridas”, explica como poderemos ter sucesso neste amanhã. Resumidamente,
não esta relacionado a inteligência ou conhecimento, mas com nossas atitudes.
Causar impacto
Desde que li “Qual é a tua obra?” de Mario Sérgio Cortella o
propósito passou a fazer parte das minhas reflexões. De pequenas a grandes
ações avalio se então alinhadas com ao que defini para mim. Da alimentação
equilibrada aos projetos que realizado, clientes onde presto serviços.
Atuo em consultoria há quinze anos e somente agora percebi
ser mais efetivo em cliente de pequeno porte. Durante algum tempo achei que estava
relacionado à minha competência, hoje entendo que esta associado ao alinhamento
de propósitos. Os resultados ocorrem de maneira mais efetiva quando há relacionamento
direto com um empresário, fundador e apaixonado pelo negócio.
Na grande empresa eu sou um consultor realizando uma dentre
muitas atividades, na empresa pequena eu levo novos conhecimentos, que em
muitos casos transforma a empresa. A efetividade esta associada à proximidade
com o cliente, a capacidade de alterar a cultura corporativa e um genuíno
desejo de ajudar.
Percebi o impacto que causo em pequenas empresas, que
desejam atualiza-se, conhecer novas práticas e defini que colocarei a maior
energia possível para atender este segmento.
Olhar a próxima curva
As curvas apresentadas por Maurício Benvenitti são:
horizonte 1 – Pagar as Contas, horizonte 2 Construir as próximas soluções e
horizonte 3 – Imaginar o futuro.
Costumo perguntar aos clientes se as praticas de gestão que
trouxeram suas empresas até aqui são as mesmas que as levarão para as próximas
fases. 90% deles diz que as praticas precisam evoluir.
A pesar de reconhecerem a necessidade da mudança, a maioria
não age enquanto não houver uma dor extrema. Somente uma perda significativa de
mercado e resultados estimula o empresário a mudar, é o ditado “não se mexe em
time que esta ganhando” sendo praticado.
Aprendi recentemente
que resistir a mudança tem haver com o funcionamento do cérebro, este funciona
melhor com padrões armazenados, é uma forma de economizar energia do órgão que
consome a maior energia do corpo.
Particularmente, a maioria das minhas mudanças foram causadas
pela dor. Infelizmente.
Questionar em vez de
ter a resposta pronta
Venho praticando isto cada vez melhor, os resultados
alcançados em projetos que utilizo técnicas de facilitação, que capturam o conhecimento do cliente são
superiores quando comparados ao período em que eu aplicava os meus “trocentos” anos
de experiência profissional.
Tenho a minha versão da frase do autor: Um consultor
experiente tem a pergunta certa em vez da resposta pronta.
Por traz deste modo de agir é necessário humildade,
reconhecer a sabedoria nos outros e sempre estar preparado para aprender.
Fazer com as pessoas
em vez de para elas
Deste que conheci o conceito proposto por Alexander
Osterwalder venho estudando as praticas ágeis, que privilegiam a visão do todo
para alinhar o entendimento e o design thinking estimular engajamento, realizo
a maior parte das atividades dos projetos em equipe.
Peter Druker, um dos pais da administração e consultor
consagrado dizia que o cliente é o maior especialista da empresa. Quem sou eu
para discordar?
Considerando isto, o consultor aporta um benchmark de
métodos e praticas, o cliente aporta sua experiência na empresa e juntos encontram
a melhor solução.
Ser diverso
Neste capitulo eu aprendi sobre a importância da
diversidade, sua importância nos dia de hoje.
Nas décadas de 1960 e 1980 a rota 128, na região de Boston,
costa leste dos EUA, abrigava grandes empresas de tecnologia e universidades de
ponta como Harvard, MIT e Yale, era nesta região que a inovação acontecia.
Mas a rota 128 foi superada pelo vale do silício, na região
de São Francisco, costa oeste dos EUA, que atualmente abriga as mais bem
sucedidas empresas de tecnologia e é o polo novo polo de inovação mundial..
A diferença entre os dois ecossistemas esta na cultura, em
Boston, estavam empresas consagradas, famílias respeitadas que educam seus
filhos para um mercado com aversão a riscos. No “vale” estavam os “forasteiros”,
jovens vindos de todas as partes do mundo, sem famílias, sem um nome a zelar, com
maior propensão ao risco.
O ambiente do vale é diverso, propício à associação e
consequentemente a inovação, a diversidade é um combustível importante para
criar novos negócios.
Mortais com você e eu
Neste capítulo foram apresentados casos inspiradores de
empreendedores de sucesso, cada um de nós tem suas preferências. As lições
aprendidas neste capitulo estão no próprio titulo, que nos lembra, que coisas
especiais são feitas por pessoas normais, comuns como nós.
Audazes e desobedientes
No filme Jogos Vorazes existe a equipe da “audácia”, esta é
composta pelos jovens mais destemidos, que protegem a sociedade, mas também a
levam para melhores condições estruturais.
Ser audaz não é não ter medo, é saber lidar com os medos,
não ser paralisado por ele. Ser audaz é importante num mundo de transformações,
onde não há espaço para zonas de conforto.
Se desobediente para mim é mudar paradigmas, quebrar o statu
quo, é acreditar que o mundo demanda pessoas melhores, mais competentes e ao
mesmo tempo mais realizadas com o que
fazem.
Acredito que isto é possível quando alinhamos propósitos
pessoais e profissionais com as atividades que realizamos no diariamente.